Normo-Parkinson (em construção) 

O novo perfil

O novo perfil

 

O Novo Perfil do Parkinsoniano

  

     Quando se fala em doença de Parkinson, visualiza-se aquele velhinho, acima dos 70 anos, encurvado, de bengala e tremendo. 70 anos é uma questão cronológica. A curvatura e a bengala são decorrentes de problemas ósseos. Ah... o tremor!!  O Parkinson é o tremor... Visão absolutamente equivocada.

    Primeiro equívoco: acima dos 70 anos – A doença manifestada nas pessoas acima de 70 anos é clinicamente considerada “normal”, como consequência do envelhecimento do sistema nervoso. O problema é que, a partir dos anos 70(e não dos 70 anos!), vem-se verificando uma queda progressiva na idade na qual as pessoas são acometidas pela doença. Talvez eu próprio seja um bom exemplo desta assertiva. Comecei a sentir os primeiros sintomas aos 29 anos. Mas isso não assusta. Registram-se casos hoje de pessoas portadoras  de Parkinson com 18 anos e até crianças. Um certo número de pessoas próximas de você pode ter Parkinson e simplesmente não divulgar – ou se referir aos sintomas como doenças. Por  exemplo, uma pessoas que tem lentidão de movimentos pode alegar que tem problemas como reumatismo ou de coluna. Ou até têm a doença, mas não sabem. Minha sogra tem um tremor leve. Sempre achou que decorria do infarto que tivera, do diabetes ou mesmo do monte de remédios que toma. Submetida a uma neurologista, foi diagnosticada: é parkinsoniana.

     Segundo equívoco: o tremor – O tremor é apenas o sinal mais conhecido da doença. Não é, por outro lado, o pior. Há até parkinsonianos que não apresentam tremores  visíveis(ou que os escondem com habilidade). Os aspectos mais graves e até mesmo mais visíveis normalmente não são associados com Parkinson. As discinesias – só para mencionar um – são uma série de movimentos involuntários que,  à primeira vista, costumam ser chamados de “tiques nervosos”. Há quem diga que se não treme não tem Parkinson. Não acredite nisso. Já vi casos em que nem eu supus que se tratava da doença.

     Em suma, o novo parkinsoniano  vive e trabalha como uma pessoa comum . Insere-se na sociedade como um a pessoa normal e tem os mesmos problemas que as pessoas não-parkinsonianas. Considero-me uma  dessas.